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Nascemos – episódio 15: o último dia na maternidade
A tarde chegou calma… como se o tempo finalmente tivesse parado pra eu respirar. Depois de uma manhã pesada, de incertezas e palavras que ecoavam dentro de mim, eu só queria um sinal de que tudo ficaria bem. E ele veio. Veio em forma de uma médica com o olhar doce e a voz tranquila. Ela se sentou ao meu lado e explicou, com uma calma que me desarmou, que a fórmula não era um fim era só um apoio, até o meu corpo entender o seu tempo. Que eu continuaria oferecendo esse complemento até o meu leite descer e não precisar mais. E naquele instante, eu senti o peso…
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Nascemos – episódio 13: quarto dia na maternidade
12 de julho de 2024 Quarto dia na maternidade. A madrugada foi intensa. De três em três horas, eu tentava acordar a Clarinha para mamar. Primeiro no meu peito, para continuar estimulando o leite a descer, e depois o complemento na seringa, 30 ml por vez. Mas como era difícil acordar ela… por mais que eu tentasse, ela continuava dormindo profundamente, sem se importar com o mundo ao redor. Até a dica da enfermeira, tirar a roupinha para ver se o friozinho ajudava, não funcionava. Nem assim. Ela só queria dormir. Mas eu insistia para que ela conseguisse fazer todas as mamadas necessárias. E conseguimos. Juntas. De manhã, enquanto tomava…
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Nascemos – episódio 12: visita ao banco de leite
11 de julho de 2024, ainda o mesmo dia. À tarde, eu chorei. Chorei de dor, de cansaço, de frustração. O corpo ainda gritando pela cesárea, a incerteza da alta, a Clarinha querendo peito, e eu sem saber se estava conseguindo dar conta. Tudo parecia maior do que eu. Foi nesse turbilhão que fomos ao banco de leite. E, de repente, tudo fez sentido. Ali, além de acolhimento, recebi orientação. As enfermeiras observaram a pega da Clarinha, me mostraram com calma, com paciência, e confirmaram: estava tudo certinho, ela estava sugando direitinho. O problema não era com ela, nem comigo. Era apenas o tempo. O tempo do meu corpo, o…
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Nascemos – episódio 11: 48 horas na maternidade
Quarenta e oito horas. Esse era o tempo que já tínhamos vivido dentro daquelas paredes frias do hospital. E com tantas luzes acesas, tantos choros ecoando no corredor, eu já não sabia mais se era dia ou noite. O que eu sabia era da vontade imensa de estar em casa, no meu canto, com ela nos meus braços. Naquela manhã, a médica passou cedo no quarto. Clara tinha perdido peso. Eu ainda produzia pouco leite. E tudo isso era um alerta. Mas ainda tinha esperança de ouvir a palavra alta, na próxima visita da médica. Porém, não foi isso que aconteceu. E naquele momento, o mundo, que até então girava…











