Nascemos – episódio 12: visita ao banco de leite

11 de julho de 2024, ainda o mesmo dia.

À tarde, eu chorei.

Chorei de dor, de cansaço, de frustração. O corpo ainda gritando pela cesárea, a incerteza da alta, a Clarinha querendo peito, e eu sem saber se estava conseguindo dar conta. Tudo parecia maior do que eu.

Foi nesse turbilhão que fomos ao banco de leite. E, de repente, tudo fez sentido.

Ali, além de acolhimento, recebi orientação. As enfermeiras observaram a pega da Clarinha, me mostraram com calma, com paciência, e confirmaram: estava tudo certinho, ela estava sugando direitinho. O problema não era com ela, nem comigo. Era apenas o tempo. O tempo do meu corpo, o tempo do nosso processo.

Ouvi delas algo que ficou ecoando em mim: para o leite descer, você precisa descansar.

E naquele momento, essas palavras foram como um abraço. Eu precisava ouvir isso. Precisava entender que não era uma falha minha, mas que o descanso também fazia parte do caminho.

Eu ainda estava produzindo apenas colostro. O suficiente para alimentar a Clarinha, mas não para recuperar o peso que ela havia perdido. Então, a partir daquela tarde, de três em três horas, ela passou a receber um pouquinho a mais. Um complemento que não vinha de mim, mas que agora fazia parte da nossa história.

É bonito pensar que tantas mães doam o que conseguem, e que esse gesto salva vidas. Vidas tão pequenas, tão frágeis, tão cheias de futuro. Naquele instante, a generosidade dessas mulheres alcançava também a minha filha. 

À noite, já não era a mesma Carolina desesperada e aflita de algumas horas antes. Eu estava mais calma, mais tranquila, quase abraçada por uma esperança silenciosa. O banco de leite tinha me confortado, me devolvido o chão e a confiança que eu precisava para seguir.

Esse foi o Episódio 12 da série Nascemos. Já viu o vídeo completo? Então, corre aqui!

No próximo capítulo, eu conto como seguimos vivendo essa espera pela alta.

Quem continua aqui comigo?